Há 13 anos atrás estava na escola. Lembro-me que era hora de almoço e, como era habitual, tinha ido com alguns colegas ao Modelo (agora Continente) comprar um saquinho de pãezinhos com chouriço e uma coca-cola para depois irmos para trás do pavilhão desportivo almoçar (e para alguns aproveitarem para fumar).
Quando estávamos à espera que abrissem a sala para a próxima aula, estavam dois colegas (que iam sempre almoçar a casa) a falar com bastante entusiasmo de algo que - na mais pura da minha inocência - me parecia de um videojogo qualquer.
Naquele dia até o meu pai me foi buscar à escola (coisa rara, tendo em conta a "agenda muito ocupada" dele) e foi-me explicando pelo caminho o que tinha acontecido. Lembro-me que partilhava o entusiasmo, como se de um filme se tratasse.
Quando cheguei a casa, foram horas a fio a ver e rever as imagens dos aviões a baterem, das pessoas a saltarem e das torres a caírem. Horrorizado.
Foi o dia em que o mundo mudou. Eu mudei. Foi nesse dia que percebi que haviam pessoas más e fanáticas, que se regem por princípios diferentes. Acho que foi nesse dia que percebi que há pessoas diferentes pela sua cultura e pela sua essência, e que me comecei a questionar sobre o seu papel neste mundo e, consequentemente, qual o meu papel.
Foi nesse dia que de decidi acreditar que todas as pessoas têm um lado bom e que me cabia tentar encontrá-lo. Acho que acabou por ser essa uma das grandes missões da minha vida: encontrar e evidenciar o que de bom tem cada pessoa.
Às vezes pergunto-me se é só ingenuidade ou se há em mim uma grande dose de parvoíce. Seja o for, é para manter.
Hugz & Kisses,
Nobody's Bicho
Sem comentários:
Enviar um comentário