sábado, setembro 29, 2007

154 - Recados para um Ninguém

Foste embora.
E fiquei eu aqui, nesta mesa de café. A mesma mesa onde nos sentámos no último pequeno almoço e onde pouco conversámos devido ao cansaço de uma noite louca de amor e também porque já se sentia nostalgia.
O peso esmagador da saudade fez-nos calar. Talvez uma palavra tivesse arruinado o momento, talvez não. Foi um silêncio cúmplice que soube bem. Ficou a imagem de te ver sentado, a tomar o teu pequeno almoço, naquela mesa de café, onde fiquei eu, a olhar para o lugar que costumavas ocupar, na esperança de te ver ali sentado.


Beijos & Abraços,
Nobody's Bitcho


P.S. - Inspirei-me numa cena que vi lá no trabalho: uma senhora sentada numa mesa sozinha, a olhar para a cadeira em frente, como se estivesse à espera de voltar a ver ali alguém sentado. E depois foi um tentar imaginar uma situação. =P

segunda-feira, setembro 24, 2007

153 - Isso, continua!

Podes continuar, Mãe! Já me habituei às tuas tretas. Apesar de me continuarem a atingir, já quase não têm efeito. Mas vá, continua! Não sabes fazer outra coisa mesmo, pra quê parar? Sabes perfeitamente que basta estar na tua companhia para não me sentir bem, e não é de agora. São muitos anos a aturar as tuas psicoses e paranóias. Tu levas uma pessoa ao exponente máximo do cansaço. Foi assim com o Pai, por isso deixou-te e foi pregar pra outra freguesia. Sabes, foi melhor assim. Muito melhor. Fiquei feliz por ele. Ao menos alguém que, no meio de nós os três, decidiu virar costas a tudo para ser feliz. Mas eu para lá ando, acredita. E acredita também que nunca na vida vais arranjar alguém que tenha estado sempre a teu lado como eu estive. Nunca. Mesmo depois de todo o mal que me fizeste (directa ou indirectamente) e de toda a ingratidão demonstrada. Sinto pena de ti porque és infeliz e queres morrer infeliz. Por isso estás a matar-te. Lentamente. E queres tentar levar-me contigo para o fundo do poço. Mas nunca contaste que eu fosse tão frio ao ponto de te olhar nos olhos e largar-te e deixar-te cair, sozinha, nesse poço que tanto desejas. Mas é o que vai acontecer. Não vais conseguir estragar-me os planos outra vez. Eu sou capaz, eu sei que sim. Mas tu lá tentas fazer-me acreditar que não. Tentativas em vão, digo-te já. Eu vou conseguir, quer tu queiras quer não. Nem vale a pena tentares outra vez, só te vais cansar. Já fecho os olhos as tuas tentativas dissimuladas de te matar. Queres beber, bebe. Queres fumar, fuma. Queres-te matar, mata-te. Podes continuar com este belo trabalho que andas a fazer. Sim, continua! Mas não tentes levar-me contigo!!


Beijos e Abraços,
Nobody's Bitcho

quarta-feira, setembro 12, 2007

sábado, setembro 01, 2007

150 - Assédio



Para quem não sabe, estou a trabalhar num night club, como bartender. Trabalho só aos fins de semana e vésperas de feriado. Até aqui tudo bem...
Ontem, quando estava a atender um cliente, não conseguia perceber o que ele dizia e por isso debrucei-me no balcão. Não sei se o problema foi meu ou dele, mas só consegui perceber metade do que ele queria (Vodka). Preparei o copo com gelo, meti a medida da vodka e voltei lá para perguntar qual o acompanhamento da vodka - o que me "obrigou a dubruçar de novo no balcão - e ele lá disse o que queria (água tónica). Aproveitando-se da situação, colocou a mão dele sobre a minha e ainda fez questão que me olhar profundamente nos olhos.
Não é que me tivesse importado, porque toda a gente gosta de saber que é desejada por outra pessoa. Mas mesmo assim não dei qualquer tipo de resposta, por não gostar de coisas fortuítas e por respeito ao meu local de trabalho.
Vai daí, não satisfeito com a minha indiferença, decidiu mudar a maré e foi ter com um colega meu - bastante engraçado, até - e começou a fazer o mesmo. (Bateu na porta errada, digo-vos já! =X )

Sinceramente ainda não consegui perceber o que é que a noite faz às pessoas, que o dia não faz. Será da Lua? Still wondering...

Beijos e Abraços,
Nobody's Bitcho